Especialização em Metodologia e Docência do Ensino Superior, Licenciado em Pedagogia, Consultor Pedagógico Independente em Educação Integral em jornada escolar ampliada na perspectiva da Formação Humana e Integral, Poeta, Escritor, Ator amador na Cia de Teatro Cena Um; Co-Fundador e Produtor Cultural do Coletivo Água da Fonte.
22 de maio de 2010
Amor Minguante.
Olha pra mim! Vejam o que a vida me tornou! Diante de ti uma simples e velha senhora, tão cansada, sem firmeza nas pernas, com os pés enfiados numa simples sandália, com um olhar sereno em direção a uma janela, observando uma simples lua minguante, que para muitos não é tão significante, agora estou.
Neste exato momento surpreendo-me com uma forte lembrança, dessas que nos fazem lembrar que muitas vezes somos tão ingênuos quanto uma criança.
Lembro-me como se fosse ontem, daquela noite serena como o olhar de um gato preto, uma noite de lua minguante, sem estrelas, porém uma linda noite, aquela noite foi a nossa primeira e inesquecível noite de amor. Com toda certeza foi uma noite verdadeira de amor.
Foram muitos encontros e desencontros, uma paixão louca que foi além dos nossos limites, dos nossos conceitos e pré-conceitos, dos nossos princípios, das nossas concepções, das grandes autoridades, foi amor de verdade, não nos importamos com a adversidade, com a desigualdade, foi amor de verdade, amor de branco com mulata, amor do senhor com a sua escrava.
Que noite linda, que noite tão bela, nós dois nos amando e olhando a lua pela janela. Teu corpo sobre meu, o meu sobre o teu, parecíamos o sol e a lua num eclipse total, entranhados um num outro estávamos, como a chave e a fechadura, nos completávamos, nos saciávamos, tão leves eram as tuas mãos que corria pelo meu corpo como uma mão corre pelas teclas de um piano. Hum! Tão leves eram, tão doce eram os teus beijos, tão doce quanto à rapadura, como eram apaixonantes os teus lindos olhos azuis. Ai olhos azuis! Olhos que não saem de mim, por que teve que terminar assim? Que noite foi aquela? Parecia não ter mais fim! E quem queria a chegada do fim? No meio de tantos abraços e amassos, de tantas juras de amor, promessas! Promessas! Promessas! Promessas que nunca se concretizou, e para lembrança dessa bela noite geramos o fruto do nosso amor. Amor, que apenas uma noite durou.
Amanheceu e o sol raiou, quando acordei, ali já não estava mais o meu amor. Apenas uma carta dizendo: “Muito obrigado por me proporcionar uma linda noite de prazer e amor, estarei de volta assim que der minha bela flor.”
Passaram-se dias! Semanas! Passaram-se meses! 4.420 semanas! Daquela linda noite de amor só restou em meus braços uma linda criança.
Amor meu, amor seu, amor pensante, amor inocente é amor minguante!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário