12 de abril de 2015

Educação Integral em Tempo Integral – Ressignificação da Escola Pública

A Educação Integral em Tempo Integral tem tomado o palco das discussões sobre a educação na escola pública brasileira. Observando os discursos desenvolvidos acerca desta temática, uma tem despertado minha atenção: A estrutura escolar, seja física ou humana. Essa estrutura tanto cobrada pelos educadores em algumas escolas que oferecem esta oferta de ensino tem sido considera como um dos grandes entraves para a consolidação da Política da educação Integral da Rede pública de Ensino, tanto na esfera municipal, quanto na esfera estadual. A charge ao lado traduz o discurso destes profissionais, mas também me leva às seguintes indagações: Estas faltas na escola pública são oriundas da Educação Integral em Tempo Integral? Ou são mazelas mascaradas pela escola que hoje com uma concepção de ensino (da Educação Integral em Tempo Integral) diferenciada não dá mais para ficar dando um jeitinho por conveniência de quem gere a escola?

Os entraves que tem prejudicado o andamento do trabalho, sobretudo pedagógicos nas unidades escolares não é somente problemas da gestão escolar, como também não é somente do órgão central, responsável pela manutenção da escola. Ambos são corresponsáveis pelo bom funcionamento da instituição de ensino.

Se andarmos por todo Brasil, conheceremos escolas sucateadas em virtude dá ingerência de seus gestores (digo gestores em modo geral), como também da falta de um trabalho pedagógico da unidade escolar que apresente como consigna de trabalho a educação patrimonial que na sua essência propõe um trabalho educacional de conservação dos espaços públicos, dentre eles, a escola.

HOJE NÃO TEM AULA: desde quando não tem aula na sua escola? Não me refiro às aulas nas quais os professores chegam com sua velha metodologia de ensino, nada estimulante, com seu velho texto de todos os anos, mas, as aulas prazerosas, onde professor e aluno são regidos pela pedagogia do diálogo, onde ambos são corresponsáveis pela constituição do conhecimento;

NÃO TEM PROFESSOR: não tem professor que motivem seus educandos a retornarem para a escola. No contexto educacional que a escola pública está vivendo hoje, o mais correto é dizer não tem alunos, vale refletir sobre a queda do número de matrículas na nossa rede de ensino e nos questionarmos: O que tem gerado essa redução no número de matrículas? ;

NÃO TEM ÁGUA: verdade absoluta, pois não temos educandos com sede de beber na fonte do conhecimento, pois elas a cada dia estão secas e quando oferecem água a maioria delas estão salobas;

PARTE DA ESCOLA ESTÁ DESABANDO: eu diria que toda a escola está se extinguindo, não só a rede física, mas também o material humano. É insustentável manter uma instituição sem a contrapartida e a conservação da mesma por parte de seus responsáveis direto;

NÃO TEM MATERIAL DIDÁTICO: vou deixar uma dica: o Domínio Público está correndo o risco de ser fechado por falta de acesso.


Educação Integral em Tempo Integral é uma chamada para a ressignificação da escola, sobretudo a escola pública, como também uma chamada para uma mudança da práxis pedagógica. Se os atores da escola pública de Educação Integral em Tempo Integral não se despir de seus velhos paradigmas e não compreenderem que também são corresponsáveis pelo bom funcionamento desta, continuaremos nadando para morrer na beira da praia.

Vale lembrar que a ampliação do tempo, da jornada escolar é um cumprimento à Lei 9394/96. Não podemos mais negar o direito de quem durante a muito tempo tiveram os seus direitos negados e/ou negligenciados.

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