Certo dia, caminhando nesta sublime estrada chamada vida. Procurei o chamado sol. Sol que brilha, sol que me ilumina, sol que me aquece, que me bronzeia, sol que me rodeia, sol que não desaparece. Numa determinada manhã, só, eu me encontrei, sem ter alguém pra conversar, pra desabafar, pra despejar as minhas mágoas, as minhas angustias, que decepção! Só, me encontrei, não achei ninguém! E eu que era tão querido, amado por muitos, cercado por todos, por todos que conseguiu me alcançar até o presente momento. E agora neste frio do inverno, da solidão, da saudade, eu pergunto: Cadê o sol?
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O sol que anuncia o novo dia, o sol que me aquece, que faz o meu corpo molhar de suor, cadê você ó sol por que me deixaste só? Por que não aparece?
Sol, que me deixaste só, e eu que pensava que você sol nunca me deixaria ficar só! Mas, a culpa é minha! Somente minha? Eu que queria estar em todos os lugares, com todos ao mesmo tempo, sentir o sol nos aquecer, sem perceber que o sol brilhava pra mim e pra você! E eu que pensava! Que tanto acreditava que eu era tão presente, sim! Presente! Descobrir que nem sempre fui presente, simplesmente na maioria das vezes estive ausente mesmo quando estava presente. Pois o fato de estar presente não significa ser presente, quando não se está presente de corpo e alma. A minha alma começou a congelar, os meus ossos então resolveu gritar, começou a reclamar pela falta do sol, dos sóis, e eu me perguntava onde está o sol? Porque me deixaste só? Não conseguia compreender, se o sol brilhava pra me e pra você por que você deixou de me aquecer?
Decidi prosseguir sozinho, mesmo sem nenhuma compreensão, decidi seguir o meu coração, não quis mais saber onde estava a razão.
Como fui tolo! Meu coração estava enganoso, descobri que a razão é o sol em toda situação. Sol que me aquece, que me leva pra toda dimensão. No meio da estrada não pude acreditar, olha só o que encontrei? A estrada do recomeçar, sim do recomeçar. A princípio não quis aceitar, recomeçar pra mim era afirmar que ao todo tempo errado estava eu. Não! Isso eu não poderia aceitar! E do outro lada uma voz insistente a mim gritar! Hei! Vem pra cá! O sol aqui não parar de brilhar!
Que voz essa que está a me chamar? Será que estou ficando louco? Comecei a me indagar. Teve uma hora que no fundo do poço eu quis me lançar! E uma voz muito longe começou a gritar não adianta se lançar porque no fundo do poço você já está.
E agora! Terei que tomar uma grande decisão! Vou ao encontro dessa voz que me chama ou ficarei num lugar onde eu não queria mais estar?
Que tamanha indecisão! E quanto mais eu demorava, mais eu não sentia os meus pés no chão. Estava eu ali morrendo, meus ossos enfraquecendo, só, somente só e, sem o sol para me aquecer.
Que triste fim, pobre homem morrendo na solidão com as suas próprias convicções. Vaidade, quanta vaidade! Minhas convicções, meus conceitos e pré-conceitos, meus medos, meus receios, minhas limitações, o meu eu, mim impediam de tomar uma grande decisão. Quanto mais o tempo passava, eu mesmo mim enterrava por que a minha vaidade não podia ser tocada. Mas eu queria sair de lá, só precisava de uma mão pra me levantar. Mão, santa mão que mim resgatou do fundo poço, que mim tirou da solidão. Então fui para o outro lado, peguei a estrada do recomeçar, há 1460 dias estou eu a caminhar nessa incrível estrada que jamais irei abandonar. Aqui o sol é eterno, a vida é eterna, o amor, as pessoas, tudo, tudo é eterno. Mas, não podemos vacilar por que deste lugar muitos querem nos tirar.
Meus caros leitores, por aqui eu irei encerrar, assim que der outra carta irei lhe enviar, mas, desde já deixo o convite para comigo você vir caminhar.