19 de março de 2010

Poesia Povo Brasileiro de Cláudio Aguiar


Povo Brasileiro


Brasil meu, Brasil seu, de quem por aqui passou

Terra amada idolatrada, quem foi que ti formou.

Meu caro amigo, eu ti respondo sim, sem nenhuma contradição,

Tudo começou lá na Bahia, com uma grande junção.

Branco com índio

O nativo com o invasor.

Na beira do mar ou nas matas, que a fome de quem aqui chegava, era saciada.

Foi com a beleza indígena que se deu a primeira mistura de raças,

A partir daí um novo povo se formava.

O tempo foi passando,

Terra de caboclo isso aqui foi se tornando,

Mas mesmo assim os brancos não manterão seus vícios, por debaixo do pano.

Ô Iaiá, ô Ioiô

Olha só quem vem chegando

É o navio negreiro sim senhor

Trazendo consigo na bagagem não só o peso da dor

Mas um grande povo que essa imensa terra também povoou.

Agora, negro com branco

O escravo com o seu senhor

Na casa grande ou na senzala

Com amor ou sem amor

Branquinho com negrinhas se deitou,

Começou a segunda grande mistura de raças

Mas um povo novo se formava.

Terra de caboclos, agora também de crioulos

Brasil de um povo homogêneo, agora é um povo composto.

Eu sou Brasil, eu sei quem eu sou,

Brasil meu, Brasil seu, de quem por aqui passou

Foi o índio, foi o branco, foi o negro sim senhor!

Foi por esses grandes povos que o meu corpo se formou.

Agora te pergunto meu caro amigo

Que o tempo todo me indagou

Diga-me quem és tu?

Que sobre a minha origem investigou.

Digo-te sim ó meu Brasil

Sem nenhuma restrição

Sou Caboclo, sou Sulino, sou sertanejo de coração,

Sou crioulo, sou Caipira e não tenho vergonha disso não,

Sou cada parte do seu corpo e em mim carrego o teu coração.

Sou brasileiro sim!

Sou filho dessa grande nação

Sou um povo mestiço e disso eu não abro mão.